O papel de facilitador de grupos tem se tornado cada vez mais necessário. Os encontros online estão cada vez mais presentes em nossa rotina diária. Porém sua dinâmica é bem diferente dos encontros presenciais.
Cada uma das formas carrega desafios distintos. Porém uma coisa é certa, o papel de facilitador contribui muito com o sucesso do encontro em ambos os casos.
O cenário complexo em que vivemos nos desafia a colaborar cada vez mais, com o propósito de desenvolver um caminho para novas e melhores soluções diante da incerteza e da falta de previsibilidade. Nesse sentido, o facilitador pode ajudar o grupo a se manter em direção a seu propósito.
Compartilho com você algumas atitudes que podem contribuir com o desenvolvimento de uma boa relação entre facilitador e o grupo. Estas atitudes são propostas pelo grupo Giz que atua com desenvolvimento de lideranças para responsabilidade global.
1. Incentive a ampliação de perspectivas
Como facilitador, convide e encoraje os participantes a explorar diferentes perspectivas sobre uma mesma questão ou tema, ainda que elas sejam polares uma as outras. Assuma uma atitude que possibilite a integração da diferença em vez de incentivar a polarização. Estamos sendo convidados, como sociedade, a encontrar novos caminhos. Faça um esforço para deixar o ou e assumir o e.
2. Sinta o clima da reunião
Quando nos reunimos, emoções, sentimentos, questões ocultas, bloqueios, surpresas, muitos fatores não previstos podem vir a tona. Assim como o clima, a dinâmica do encontro pode ser estável por um tempo e depois mudar de uma hora para outra. Por isso, mantenha atenção plena e quando a dinâmica mudar, reflita de volta para o grupo, como um espelho, aquilo que você percebeu. Com cuidado é claro! O facilitador tem a possibilidade de transformar aquilo que está no ar, ou nas entrelinhas em uma oportunidade concreta de solução e novos caminhos.
3. Guie as pessoas através do desconhecido
Facilitação significa muitas vezes guiar e apoiar outras pessoas em processos de transformação. Isso inclui abrir mão de velhas certezas em direção a algo novo e desconhecido. Normalmente, isso causa sentimentos de insegurança, inadequação e ansiedade. Para liderar e apoiar esses processos emocionalmente desafiadores, os facilitadores devem ter experiências pessoais que os permitam sustentar as reações e dar o suporte necessário para que o grupo possa lidar com as reações e resistência ao processo de mudança. Na prática da escuta ativa, um dos princípios sugere acolher a emoção, mas sem se identificar com ela. Só assim é possível contribuir com a transformação.
4. Trabalhe no limite do conhecido e além dele
A facilitação apoia indivíduos e grupos a explorar os limites do que é conhecido e praticado e os convida a explorar o desconhecido e por vezes inconsciente. No papel de facilitador, isso exige sensibilidade para saber quando incentivar a exploração do desconhecido e incerto e quando se concentrar em trazer a estabilidade e força do que já é.
5. Cuide de todos e tenha atenção a seus próprios padrões
Se um facilitador faz parte do processo, devemos reconhecer que esse envolvimento também desencadeia emoções, suposições, padrões e preferências pessoais. Às vezes, os participantes abordam os próprios limites e fraquezas do facilitador. A facilitação, portanto, requer um alto nível de consciência sobre esses processos, auto-reflexão contínua e vontade de cuidar igualmente de todos os participantes e de suas necessidades, não só de suas próprias. Um exercício grande de altruísmo.
Minha experiência como facilitadora me convida sempre a dedicar esforço e atenção a meu próprio autodesenvolvimento. Lidar com as próprias emoções e padrões diante do desafio de manter o equilíbrio de um grupo é uma tarefa bem desafiadora.
Penso que este é um dos papéis do líder do futuro, muito mais do que dizer o que precisa ser feito ou controlar as tarefas de outros, nutrir um ambiente em que todos podem se desenvolver e evoluir. Este é um dos princípios do movimento Management 3.0.
Como você se vê no papel de facilitador?