O futuro do trabalho em tempos de crise

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A crise que estamos vivendo hoje impacta nossa relação com o trabalho e o futuro de muitas organizações. O futuro do trabalho já é um tema em pauta há algum tempo, e as previsões já eram de disrupção e transformação. Nosso cenário atual acelera a necessidade de mudanças que vêm sendo previstas e já fazem parte da realidade no dia a dia de muitas organizações.

Uma pesquisa do Instituto Mackinsey, de 2017, afirmava que 6 em cada 10 ocupações eram automatizáveis, e que, até 2030, aproximadamente 30% dos trabalhadores teriam seus postos de trabalho eliminados. Em que isso implica? Necessidade de desenvolvimento de novas habilidades e suporte para que os trabalhadores sejam capazes de realizar esta transição.

Na última edição do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, os especialistas afirmaram que o futuro do trabalho requer capacidades técnicas relacionadas à matemática e à tecnologia e habilidades humanas como criatividade, pensamento crítico, persuasão e negociação.

Com o COVID-19, estamos testemunhando empreendedores, pequenos ou grandes, sendo convidados a revisitarem suas estratégias rapidamente; caso contrário, seus negócios podem deixar de existir quando a crise passar. Aqueles que hoje atuam em áreas beneficiadas pela possibilidade do trabalho remoto ou a distância estão se adaptando e sendo convidados a desenvolver novas capacidades e habilidades para lidarem com novas tecnologias e com as relações no ambiente virtual. Happy hours e coffee breaks estão sendo realizados por aplicativos de comunicação à distância. 

O que os novos líderes esperam quanto ao futuro do trabalho?

Outro fator que impacta o futuro do trabalho está na forma como a nova geração de pais se relaciona com seu papel na educação e no cuidado com os filhos. Os, assim chamados, Millennials, buscam flexibilidade e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal – ou talvez não equilíbrio, mas integração. A vida pessoal não precisa estar separada da vida no trabalho. Porém, as estruturas e processos organizacionais precisam ser repensados para que isso seja possível. Uma pesquisa realizada por Ovia Health no mercado americano aponta que 69% dos pais gostariam de ter um espaço de cuidado para as crianças em seu ambiente de trabalho; porém, somente de 4 a 8% das empresas listadas na Fortune 100 oferecem esta possibilidade.

Entre as previsões para o que será o futuro do trabalho após o COVID-19, um artigo publicado na Forbes sugere que seremos mais empáticos uns com os outros a respeito da relação trabalho-vida pessoal, que o trabalho será mais flexível e que permitirá maior diversidade. 

É certo que a volta ao normal, não será para o antigo “normal”, mas para uma forma nova. Aprendizado e adaptação são palavras de ordem, em minha perspectiva. Se mantivermos um olhar otimista sobre o futuro, seremos capazes de reconhecer o quão capazes somos de aprender e transformar realidades.

Alguns pontos destacados por pesquisadores da Harvard Business School nesta jornada:

1. Não basta oferecer programas de treinamento, crie uma cultura de aprendizado. 

Em Management 3.0, uma ênfase é dada a como lidamos com as falhas para que, de fato, o desenvolvimento de uma cultura de aprendizado seja possível. 

2. Envolva os colaboradores na mudança, ao invés de conduzi-los. 

Antes de decidir, ouça o time, sempre que possível. Os colaboradores sabem o que precisam para realizar melhor o seu trabalho. Na prática de coach, costumamos dizer que quem tem o problema, tem a solução. O que precisamos é fazer a pergunta certa e desenvolver um espaço de confiança para que a troca seja possível.

3. Invista na busca por talentos. 

Por vezes, ignoramos a capacidade e as habilidades internas. Isso porque construímos uma imagem a respeito dos colaboradores e não abrimos espaço para conhecer outras habilidades que hoje não estão sendo colocadas a serviço da organização, mas poderiam.

4. Colabore e estabeleça parcerias para o desenvolvimento de talentos. 

Estabelecer parcerias com outras empresas no desenvolvimento de novas capacidades técnicas, em centros compartilhados, por exemplo, é uma alternativa do tipo “ganha-ganha”.

5. Encontre maneiras de gerenciar a incerteza crônica.

Não responder às mudanças, nos deixa para trás. Podemos pensar nessa afirmação em relação a nossas vidas pessoais e, também, à organização como um todo. Há uma receita de bolo que pode ser aplicada a todos os negócios e pessoas? Com certeza não; mas o foco nas necessidades e a agilidade na comunicação podem proporcionar uma grande contribuição.

Há medo, insegurança e desconfiança com relação a tudo o que está acontecendo? Sim. Não há dúvida. Contudo, também vejo, com otimismo, que há mais compaixão, altruísmo e fraternidade em muitas relações. Acredito que essas atitudes também são sementes que farão parte do novo “normal”.

Como você vê o seu futuro no trabalho?

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