Cultura de aprendizado: Como desenvolver uma?

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O contexto complexo em que estamos inseridos nos desafia constantemente a lidar com o imprevisível. Sem a segurança de manter as coisas sob controle, nos resta a certeza de que vamos falhar em alguma momento. E é aí que entra a urgência do desenvolvimento de uma cultura de aprendizado.

Uma das perspectivas propostas pelo movimento Management 3.0, se chama Melhorar Tudo. Um convite ao desenvolvimento de uma cultura de aprendizado, em que somos capazes de lidar de maneira produtivo com nossos erros, evitando assim a ocorrência de falhas em nosso sistema.

Um desafio para a maior parte de nós. Lidar com nossas falhas! Vivenciamos diariamente o paradigma da dominação, definido por Marshal Rosenberg, como sendo a reflexo de uma linguagem cheia de diagnósticos, exigências, culpabilização e punição. Diante deste cenário, todos fugimos da falha, afinal, ninguém quer ser punido.

No ambiente organizacional, uma falha pode custar a sobrevivência dentro deste sistema, e isso leva muitas pessoas ao medo, insegurança, ansiedade e por aí vai. Afinal, desde crianças, os métodos tradicionais de educação, nos ensinam a dar a resposta certa ou repetir de ano.

Como a cultura é moldada por nossos comportamentos, precisamos desenvolver consciência sobre nossas atitudes no sentido de influenciar a mudança. Mas também, criar um sistema ou um ambiente que favorece esta mudança. Afinal, estamos a todo momento influenciando e sendo influenciados.

No livro Obrigado pelo Feedback, os autores Douglas Stone e Sheila Heen compartilham sugestões sobre como desenvolver uma cultura de aprendizado. Compartilho com você uma perspectiva ampliada nos próximos tópicos.

Destaque casos de aprendizado

Parte do que define a cultura organizacional são as histórias e mitos sobre ela. Histórias de erros que se tornaram aprendizados são raramente compartilhadas, mas dizem muito sobre o tipo de lugar em que trabalhamos e o que esperam de nós.

Há uma história do fundador da Zappos no livro Satisfação Garantida, em que ele pede a cada colaborador o relato de uma história que revele a cultura da organização. Dessa forma, trazemos consciência sobre nossos comportamentos. Então, se você deseja influenciar a cultura a partir de certos comportamentos, coloque-os em evidência.

Cultive uma mentalidade de crescimento

Você sabe a diferença entre mentalidade fixa e uma mentalidade de crescimento? Talvez a sua equipe não saiba. Por isso, conversar sobre este tema é o primeiro passo.

Segundo Carol Dweck, pessoas com mentalidade de crescimento acreditam que a inteligência aumenta com esforço e compromisso. Por outro lado, as de mentalidade fixa, acreditam sua inteligência não muda, mesmo com novos aprendizados.

Dê o apoio que sua equipe precisa para reconhecer seus obstáculos ao feedback e encontrar meios de lidar com eles.

Discuta sua autoavaliação

Como você se autoavalia depois de um feedback difícil? É importante compartilhar os sentimentos e pensamentos que acontecem ao receber o feedback com quem o emitiu. Enfim, dê clareza sobre a importância que o feedback teve para você.

Crie feedbacks paralelos

Realize conversas informais com amigos, parceiros e mentores. Bem como, compartilhe situações de sucesso e fracasso com pessoas com que você sinta acolhimento e confiança.

Quando conversamos com outras pessoas sobre melhores jeitos de fazer as coisas, podemos aprender mais sobre nós mesmos. Da mesma forma, pode ser uma boa alternativa, compartilhar conteúdos de livros e artigos que façam sentido para você ou para o seu grupo.

Incentive a normalização social

Falar de comportamentos negativos muitas vezes acabam reforçando que ele acontece. Dessa forma, podemos nos concentrar em celebrar e reconhecer nossas conquistas e esforços.

Em Management 3.0 utilizamos uma ferramenta para celebração dos aprendizados, chamada Quadro da Celebração.

Fonte: https://management30.com/practice/celebration-grids/

As áreas em verde no quadro são as que nos oferecem motivos para celebração, as áreas em cinza ou vermelho representam situações com as quais aprendemos pouco. Preencha o quadro com sua equipe e discutam sobre os aprendizados e acontecimentos, depois disso celebrem! Não só as conquistas, mas também os aprendizados.

O quadro deve ser utilizado como ferramenta colaborativa, em que todos tem acesso e podem fazer suas contribuições. Se você e sua equipe atuam no mesmo espaço físico, você pode desenhar o quadro na parede. Mas se atuam remotamente, uma opção é ter o quadro disponível em uma ferramenta virtual, como Miro, por exemplo.

Conclusão

Desenvolver uma cultura de aprendizado passa por aprendermos a lidar com o feedback de uma maneira aberta e acolhedora, a partir da compreensão de que na maior parte das vezes não temos uma perspectiva completa sobre tudo, inclusive sobre nós, e que o outro pode contribuir com o desenvolvimento de uma visão melhor sobre você, sobre as coisas, e porque não dizer: sobre o mundo.

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