Quem não gosta de receber recompensas? Somos educados desde muito cedo a ceder às recompensas. Talvez você já tenha ouvido ou dito algo do tipo: “se você fizer a lição pode ir brincar com seu coleguinha”. E, assim, executamos o que precisamos executar — não porque vemos valor ou sentido naquilo, mas porque a recompensa vale a pena.
Essa forma de pensar, no ambiente de trabalho, tem provocado efeitos colaterais desastrosos, muitas vezes negligenciados até que uma falha grande aconteça.
Recompensas motivam pessoas? Certamente. Elas motivam as pessoas a conseguirem as recompensas. – Alfie Kohn
John Mackey, no livro Capitalismo Consciente, compartilha os aprendizados da organização em relação à política de remuneração e de recompensas e afirma que até as menores diferenças na remuneração podem semear inveja e provocar falta de confiança. Essa é uma das motivações para que as recompensas sejam atribuídas ao time — o que estimula o trabalho em equipe e a colaboração.
Outro aspecto relacionado às recompensas é que, muitas vezes, os objetivos atrelados a elas não consideram o todo, e a decisão de quem ganha ou perde pode impactar o organismo como um todo. Um estudo publicado pela Harvard Business School afirma que recompensas e punições têm efeito não somente em que as recebe, mas, também, em seus colegas.
A Neflix, por exemplo, tem uma cultura que inova em relação a recompensas e incentivos. Os líderes têm um salário competitivo, e oferecem a possibilidade de compensação por meio de ações. Independentemente de qual seja a política de sua organização, esse é realmente um tema que impacta diretamente as decisões e a cultura organizacional.
Em Management 3.0, há algumas sugestões sobre como lidar com as recompensas:
1. Não prometa recompensas antecipadamente.
Dê recompensas em momentos inesperados; dessa forma, as pessoas não focarão somente nas recompensas.
2. Prêmios antecipados, apenas pequenos.
Você nem sempre vai conseguir impedir que as pessoas antecipem recompensas; entretanto, o impacto será pequeno se a recompensa também for.
3. Recompense continuamente, não apenas uma vez.
Todo dia é dia de celebrar algo. Quem você pode recompensar hoje?
4. Recompense em público, não em particular.
Todos devem saber o que é valorizado em seu ambiente. A recompensa em público ajuda a todos entenderem o que é apreciado.
5. Recompense comportamentos, não apenas entregas.
Muitos resultados podem ser alcançados por meio de atalhos, mas comportamentos dizem respeito a compromisso e trabalho duro.
6. Recompense pares, não apenas subordinados.
Normalmente, os pares têm uma ideia melhor do que os gestores em relação ao trabalho executado.
Esse é um tema bastante polêmico. Temos falado muito sobre propósito, valores e estruturas menos hierárquicas. Contudo, muitas vezes, fazemos uma desassociação dessas questões com o contexto econômico, o que pode levar todas as outras iniciativas ao fracasso. A forma como recompensamos a equipe precisa ser coerente com o propósito e com os valores que buscamos vivenciar.
Independentemente de qual seja a política atual de recompensas em seu ambiente de trabalho, como você pode aplicar essas regras com sua equipe?
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