Um dos temas bastante recorrentes durante um processo de Coaching refere-se à gestão do tempo. A forma como lidamos com o tempo impacta nossa produtividade, qualidade de vida e principalmente, nossa saúde. Além disso, estabelecer novos hábitos e comportamentos também dependem de como fazemos a gestão de nosso tempo.
A pandemia e o trabalho remoto vem tornando esta capacidade ainda mais relevante, ou talvez, urgente. Estamos adoecendo. Sem o apoio do ambiente externo para estabelecermos ritmos saudáveis, estamos imersos a uma rotina de isolamento e falta de limites. Passamos tempo demais trabalhando, ou conectados aos meios digitais.
Em meio a todos esses desafios, a clareza do que é importante é o primeiro passo. Clareza de objetivos e valores podem dar uma grande contribuição nesse sentido. Lidar com novas formas de fazer a gestão do tempo, envolve mudança de hábitos e comportamentos.
Algumas referências afirmam que o desenvolvimento de novos hábitos requer uma prática de, no mínimo, 28 dias. Há outros pesquisadores que afirmam que é necessário ainda mais. O fato é que, sem foco ao que desejamos mudar, fica mais difícil tornar o desejo uma realidade.
Neste sentido, a famosa expressão não tenho tempo revela-se uma grande vilã. Mas será que, realmente, não temos tempo? Ou nos falta priorizar o que, de fato, é importante?
A matriz de Eisenhower
Há algum tempo busco praticar a matriz do tempo proposta por Stephen Covey em seu livro Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes. Inspirado por seu estudo sobre a biografia de Eisenhower, nessa matriz, Stephen sugere a organização das tarefas seguindo os seguintes critérios:
- Urgente + Importante: aquelas tarefas que acrescentam valor e resultado, além disso são de solução imediata. Por exemplo: crises, datas comprometidas, problemas de Saúde;
- Não Urgente + Importante: aquilo que não é possível resolver imediatamente. Porém, acrescenta valor e resultado. Por exemplo: metas e planejamento, desenvolvimento pessoal e profissional, identificação de oportunidades, desenvolvimento de relacionamentos, lazer. Sim, lazer é importante e sua saúde mental agradece;
- Urgente + Não Importante: é possível resolver a tarefa imediatamente, mas não acrescentará valor. Por exemplo: interrupções, mensagens/relatórios não significativos, atividades populares, questões urgentes próximas;
- Não Urgente + Não Importante: este é o grupo das tarefas que não acrescentam valor e não geram resultado imediato. Por exemplo: distrações, detalhes desnecessários, atividades agradáveis e inúteis, troca de mensagens irrelevantes, conversas desnecessárias e improdutivas.
Gestão do Tempo e Delegação
A partir dessas considerações, é claro, é importante tomar decisões sobre o que delegar. Será que realmente você precisar executar todas as tarefas sem ajuda ou apoio?
Nem tudo depende de nossa atenção, mas dependendo de como nos comportamos, podemos nos tornar centralizadores. Então, é importante avaliar o que realmente só pode ser feito por você. Talvez, outra pessoa, não realize a mesma tarefa, como você realizaria. Mas isso não quer dizer, que não seja possível alcançar o mesmo resultado, ou ainda melhor. É preciso abrir mão do controle.
Outro aspecto importante, é que o que não era urgente, passará a ser se você não se planejar. E quando isso vira uma bola de neve, realmente, a sensação é a de que não tenho tempo. Ficamos imersos em um sem fim de tarefas em atraso, e nos sentimos sempre apagando incêndios.
Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa, e esperar resultados diferentes – frase atribuída a Albert Einstein.
Como tem administrado seu tempo? Sua atenção está voltada para o que realmente é importante? Ou as distrações têm dominado sua rotina.
Mudar hábitos e adquirir novas competências requerem nossa atenção e foco. Nada vai mudar se você continuar agindo da mesma forma.
O que você pode fazer hoje para melhorar a forma como você tem lidado com o tempo?