Os IDGs ou Inner Development Goals, emergem como um conjunto de habilidades essenciais para líderes e organizações que buscam prosperar enquanto promovem um impacto positivo no mundo. Nos últimos anos, a busca por soluções que alinhem o desenvolvimento pessoal ao organizacional vem ganhando destaque. Isso ocorre especialmente em um cenário global caracterizado pela complexidade, rápidas mudanças e desafios sociais e ambientais. É justamente nesse contexto que os Inner Development Goals (IDGs) surgem como um verdadeiro norte. Afinal, já não é mais possível pensar em desenvolvimento organizacional sem considerar o desenvolvimento pessoal.
Mas, o que são os Inner Development Goals (IDGs)?
Os IDGs foram criados como uma resposta aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU. Enquanto os ODS se concentram em metas externas, os IDGs colocam o foco no desenvolvimento interno, que é indispensável para alcançar mudanças sustentáveis e duradouras. Os IDGs são divididos em cinco dimensões principais:
- Ser – Relacionamento consigo: refere-se à nossa capacidade de cultivar a vida interior, desenvolver e aprofundar nosso relacionamento com nossos pensamentos, sentimentos e nosso próprio corpo. Isso nos ajuda a manter a presença, a clareza de intenção clara e a não reatividade frente à complexidade.
- Pensar – Habilidades cognitivas: convida ao desenvolvimento de habilidades cognitivas, como avaliar informações e adotar diferentes perspectivas, dando sentido ao que observamos. Habilidades essenciais para aplicarmos nossa capacidade de correlação e tomada de decisão assertiva.
- Relacionar-se – Importar-se com o outro e com o mundo: valorizar, cuidar e conectar-se com os outros contribuindo para a criação de sistemas de trabalho mais justos e sustentáveis.
- Colaborar – Habilidades Sociais: envolve desenvolver capacidades que possibilitem incluir, sustentar espaços e nos comunicar-se com partes interessadas com diferentes valores, habilidades e competências.
- Agir – Possibilitar Mudanças: enfatiza qualidades como coragem e otimismo, essenciais para quebrar padrões antigos, gerar ideias inovadoras e agir com persistência em cenários de incerteza.
Essas dimensões formam um framework que conecta o desenvolvimento individual à transformação organizacional, oferecendo um caminho claro para enfrentar os desafios do século XXI.
Qual a relevância dos IDGs para o Desenvolvimento Organizacional?
Para organizações que desejam prosperar, integrar os pilares propostos pelo framework em suas práticas e culturas pode trazer benefícios tanto tangíveis quanto intangíveis. Por exemplo, um artigo na revista HSM, destacou que empresas com culturas organizacionais robustas, que priorizam habilidades como empatia, criatividade e resiliência, alcançam mais lucratividade por pessoa colaboradora do que as demais.
1. Liderança Transformadora
Os IDGs oferecem um modelo para desenvolver líderes com maior autoconhecimento e alinhamento com seus valores. Dessa forma, líderes mais resilientes podem navegar por contextos complexos, além de inspirar equipes a alcançar excelência.
Líderes que demonstram autenticidade e presença constroem equipes mais engajadas e comprometidas, reduzindo taxas de turnover e melhorando o desempenho geral.
2. Cultura de Inovação
Ao promover habilidades como pensamento crítico e criatividade (dimensão “Pensar”), as organizações criam ambientes propícios para a inovação. Inovação, criatividade, pensamento crítico são habilidades importantes para o futuro do trabalho, segundo o Fórum Econômico Mundial. Embora inovação seja um fator crítico para o sucesso, segue sendo um desafio para muitos líderes, desenvolverem um ambiente inovador. Aqui, os IDGs ajudam a preencher essa lacuna, fomentando práticas que impulsionam soluções disruptivas.
3. Resiliência Organizacional
A dimensão “Agir” dos IDGs aborda diretamente a resiliência e a determinação, elementos fundamentais para organizações que enfrentam crises e mudanças abruptas. Por isso, empresas que priorizam a resiliência têm maior probabilidade de se recuperar rapidamente de crises e de manter níveis elevados de produtividade, se tornando uma vantagem competitiva.
O Papel dos IDGs no Aumento da Produtividade
A relação entre o desenvolvimento interno e a produtividade organizacional é direta e mensurável. Quando os colaboradores se sentem mais conectados consigo mesmos e com seus propósitos, eles tendem a apresentar maior engajamento e eficiência.
1. Atenção Plena e Foco
A prática de atenção plena, elemento central na dimensão “Ser”, tem sido amplamente estudada em contextos corporativos. Uma pesquisa conduzida pela American Psychological Association revela que a atenção plena pode reduzir o stress, melhorar o foco, ampliar a flexibilidade de pensamento. Além disso, nos proporciona um ambiente de nossa capacidade de tomar decisões complexas.
2. Colaboração Eficiente
A dimensão “Colaborar” foca no desenvolvimento de equipes de alta performance, baseadas em confiança e comunicação clara. Como resultado, as equipes que praticam uma comunicação inclusiva e empática são mais produtivas do que aquelas que não o fazem.
3. Redução de Conflitos e Estresse
Ao desenvolver habilidades sociais e emocionais (dimensão “Relacionar-se”), as organizações reduzem conflitos internos e criam um ambiente de trabalho mais saudável. Dessa forma, os conflitos passam a ser conflitos de ideias e não pessoais.
Comunicação Empática e Liderança
A comunicação empática, diretamente associada à dimensão “Relacionar-se” dos IDGs, é uma competência fundamental para o sucesso organizacional. Líderes que utilizam a comunicação empática criam ambientes onde a confiança e a colaboração prosperam. Acima de tudo, a empatia contribui para a construção de equipes coesas e inovadoras.
Além disso, a comunicação empática é crucial para resolver conflitos e promover alinhamento entre diferentes equipes e departamentos. Ela permite que os colaboradores se sintam ouvidos e valorizados, aumentando o engajamento e a produtividade geral.
Implementando os IDGs nas Organizações
Para integrar os IDGs de forma eficaz, as organizações devem adotar uma abordagem estratégica e colaborativa. Aqui vão algumas sugestões:
- Diagnóstico e Sensibilização: Realizar workshops e treinamentos para sensibilizar os colaboradores sobre os benefícios dos IDGs e como eles se conectam à missão e visão da empresa. Mark Vandeneijnde, Co-Fundador da BEING at Full Potential, desenvolveu uma ferramenta para análise individual e da equipe que possibilita o desenvolvimento de um espaço de diálogo sobre o que pode ser transformado.
- Desenvolvimento de Liderança: Incorporar os IDGs em programas de desenvolvimento de líderes, focando em competências como autenticidade, pensamento crítico e empatia.
- Medição de Impacto: Estabelecer métricas claras para avaliar o impacto dos IDGs, como índices de engajamento, inovação e bem-estar dos colaboradores.
Conclusão
Os Inner Development Goals não são apenas uma ferramenta para o desenvolvimento pessoal, mas também um catalisador para o sucesso organizacional. Em um mundo que exige inovação, adaptabilidade e colaboração, os IDGs oferecem um caminho para que as organizações prosperem enquanto contribuem para um impacto positivo mais amplo.
Incorporar os IDGs é um investimento no futuro, criando ambientes de trabalho mais produtivos, saudáveis e alinhados com os valores do bem comum. Priorizar o desenvolvimento interno da equipe é construir a base para um sucesso sustentável para o indivíduo, a organização e o planeta.
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