Satisfação no trabalho: uma possibilidade ou ilusão?

Satisfação no trabalho
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A satisfação no trabalho não é alcançada só em função das recompensas que podemos obter. A palavra satisfação origina do verbo satisfazer, e o seu principal sentido é o de completar, preencher. E isso é o que buscamos sempre, em todas as áreas da nossa vida.

Nos workshops de Management 3.0 que tenho tido a oportunidade de facilitar, é comum a pergunta sobre recompensas financeiras quando falamos sobre motivação e engajamento. De acordo com a teoria de Maslow, as necessidades humanas são reveladas em uma ordem de prioridade, e o básico precisa ser atendido para que seja possível nos sentirmos realizados, satisfeitos. Mas, o que vem depois?

Novas formas de atuar no mundo

É comum que, ao alcançarmos uma boa posição na empresa, queiramos avançar para outra posição depois de um tempo, ou, então, nos perdermos na tentativa de mantermos o que conquistamos. Afinal, parece ser que precisamos crescer sempre, será? Somado a isso, vivemos um momento de grandes mudanças, em que muitas organizações passam por transformações que nos forçam a deixar a zona de conforto, a buscar novas formas de atuar no mundo. O paradigma mecanicista exigia a especialidade e a repetição. Já o paradigma sistêmico demanda adaptação, criatividade e inovação. Neste contexto, a ansiedade e o estresse passam a nos dominar, e práticas como meditação ganham cada vez mais adeptos.

Venho estudando, há algum tempo, as Constelações Sistêmicas, uma prática terapêutica proposta por Bert Hellinger. Inicialmente, um dos princípios desta prática é aceitar ou respeitar o destino como ele é. Além disso, busca-se integrar o diferente. Portanto, quando somos capazes de exercitar este olhar diante da vida, aos poucos, vamos nos encontrando, com a calma interior que nos torna mais serenos diante da vida.

A complexidade nos convida a aceitar a impermanência de tudo que nos rodeia. Por isso, a atenção ao momento presente é uma das recomendações, quando buscamos resiliência para lidarmos com as mudanças. No livro Ikigai, os autores Hector Garcia e Francesc Miralles, apresentam alguns passos para nos tornarmos mais resilientes e, entre eles, está o de “eliminar as coisas que nos tornam frágeis”. Por fim, realizar uma atividade profissional da qual não gostamos, somente por obrigação, realmente não parece ser o melhor caminho.

Satisfação no trabalho

Dra. Gudrun, em seu livro As Forças Zodiacaissua atuação na alma humana, sugere, com base na Antroposofia, que deixemos de nos queixar durante o trabalho e que sejamos capazes de sentir prazer em poder trabalhar, em possuir a inteligência necessária ou a habilidade para exercer determinada função. Isto não quer dize resignar-se, mas aceitar o que não pode ser modificado e ter coragem para mudar o que é possível, como reforçado na Oração da Serenidade, atribuída ao teólogo estadunidense Reinhold Niebuhr.

E, então, voltamos ao começo: se as recompensas financeiras não são suficientes para que eu mantenha motivação e felicidade com o trabalho que executo, o propósito e o exercício de meus talentos e habilidades podem ser o caminho. Tine Thygesen, em artigo para Forbes, afirma que o propósito está se tornando a principal oferta ao trabalhador.

Como indivíduos, nosso grande desafio está em identificar nosso propósito, nossos talentos, aquilo que nos faz feliz. No passado, não tínhamos essa consciência. Agora temos. É oferecendo ao mundo nossos talentos e capacidades que podemos encontrar o equilíbrio na comunidade na qual vivemos. Existe alguém esperando o que só você pode oferecer!

Você sente satisfação no trabalho?

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Fabiana Mello
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